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Guia de M&A para Founders: As 6 Principais Métricas de Desempenho

Se você é fundador de uma startup e deseja estar preparado para um processo de fusão e aquisição (M&A), entender e monitorar as principais métricas de desempenho é fundamental. 

Essas métricas não só ajudam a mostrar o valor do seu negócio para investidores e potenciais compradores, mas também fornecem insights críticos para a tomada de decisões.

Neste guia, exploraremos as seis principais métricas que você precisa conhecer, porque elas são importantes e como calculá-las.

Por Que as Métricas de Desempenho São Cruciais para um M&A

Durante um processo de M&A, os compradores buscam entender o estado financeiro e operacional da empresa que estão adquirindo. 

De acordo com o material Venture Capital Master Guide 2024, os investidores e interessados em startups buscam cada vez mais empresas com uma base mais sólida, ao invés de soluções que focam em crescer a qualquer custo.

Eles geralmente buscam métricas que revelem a saúde financeira, eficiência operacional, previsibilidade de receitas e o potencial de crescimento do negócio.

Além disso, fatores como a estabilidade da base de clientes, custo de aquisição de novos consumidores, entre outros, também podem ser avaliados para determinar o risco e o potencial de retorno do investimento. 

Métricas bem documentadas e fáceis de interpretar são fundamentais para:

  • Demonstrar a saúde e o crescimento do negócio.
  • Reduzir riscos percebidos pelo comprador.
  • Apoiar na negociação de um valuation justo.
  • Facilitar auditorias e due diligence.

Agora que entendemos a relevância, vejamos quais são as métricas para ficar de olho e como você pode monitorá-las.

Principais Métricas de Desempenho

1. Margem EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization)

Definição: Relação entre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) e a receita líquida da empresa. 

Importância: Fundamental porque ajuda a avaliar a eficiência operacional da startup. Uma margem EBITDA alta indica que a empresa consegue gerar lucro de suas operações principais, o que é essencial para a sustentabilidade no longo prazo. 

Cálculo: A startup teve uma receita líquida de R$ 3.000.000 e um EBITDA de R$ 600.000.

Margem EBITDA (%) = (600.0003.000.000)100=20%

Uma margem EBITDA boa deve ser maior que 0. No exemplo acima, tivemos o resultado de 20%, o que significa que a empresa tem uma boa rentabilidade operacional. Isso é um bom sinal de eficiência nas operações.

2. CAC (Custo de Aquisição de Clientes)

Definição: Valor médio que a empresa gasta para adquirir um novo cliente. Ele é calculado dividindo o total de investimentos em marketing e vendas pelo número de clientes adquiridos no período.

Importância: Métrica crítica para avaliar a eficiência do marketing e das estratégias de vendas de uma startup. Um CAC alto pode indicar que a empresa está gastando demais para conquistar clientes, o que pode prejudicar a rentabilidade. 

Cálculo: A startup gastou R$ 100.000 em marketing e vendas para atrair 50 novos clientes.

CAC = 100.00050= R$ 2.000

A startup gasta R$ 2.000 para adquirir cada cliente. Para entender se essa é uma boa métrica, a empresa deve avaliar se o LTV (Lifetime Value) dos clientes é suficientemente alto para justificar esse gasto.

3. LTV (Lifetime Value)

Definição: Valor total que um cliente gerará para a empresa ao longo de seu ciclo de vida. Este valor é calculado com base na receita média por cliente, a margem bruta e o tempo de retenção do cliente.

Importância:  Ajuda a medir a lucratividade de cada cliente ao longo do tempo.

Cálculo: Cada cliente paga, em média, R$ 500 por mês. A margem bruta é de 70%, e o tempo médio de retenção dos clientes é de 24 meses.

LTV= (5000,7) 24 = R$ 8.400

Cada cliente gerará R$ 8.400 em receita para a startup ao longo de 2 anos. Isso ajuda a calcular a rentabilidade de cada cliente.

4. Relação CAC/LTV

Definição: Essa relação compara o valor que a empresa gera de cada cliente (LTV) com o custo de adquirir esse cliente (CAC). Uma relação saudável indica que a startup está ganhando mais dinheiro de seus clientes do que está gastando para conquistá-los.

Importância: Essa relação é um dos principais indicadores de eficiência e escalabilidade de uma startup. Uma boa relação, geralmente superior a 3%, significa que a empresa está adquirindo clientes de forma rentável.

Cálculo:

Conforme os exemplos anteriores: LTV de R$ 8.400 e o CAC de R$ 2.000:

LTV/CAC = 8.4002.000 = 4,2%

A relação LTV/CAC de 4,2 indica que a startup está gerando 4,2 vezes mais valor com cada cliente do que gasta para adquiri-lo. Isso é excelente, pois mostra que o custo de aquisição está bem abaixo do valor que a startup gera.

5. Churn Rate

Definição: Taxa de perda de clientes ou usuários em um determinado período. É calculado dividindo o número de clientes perdidos pelo número total de clientes no início do período.

Importância: Alta taxa de churn pode indicar insatisfação com o produto/serviço ou concorrência acirrada, impactando diretamente o valuation.

Cálculo:

No início do mês, a startup tinha 200 clientes, e perdeu 20 clientes durante o mês.

Churn Rate (%)=20020​ × 100=10%

O churn rate de 10% indica que a startup está perdendo 10% dos seus clientes por mês. Isso pode ser um sinal de que a empresa precisa melhorar a retenção de clientes.

6. MRR (Monthly Recurring Revenue) e ARR (Annual Recurring Revenue)

Definição: Receita mensal e anual recorrente gerada por clientes que pagam por serviços ou produtos de forma recorrente.

Importância: São métricas cruciais para negócios baseados em assinaturas. Ele fornece uma visão sobre o crescimento mensal e a previsibilidade de receitas. 

Cálculo: A startup tem 100 clientes pagantes, e cada um paga R$ 1.000 por mês de assinatura.

MRR = 1.000 100 = R$ 100.000

ARR = 100.000 12 = R$ 1.200.000

A startup tem R$ 100.000 de receita recorrente mensal e a receita recorrente anual da startup é de R$ 1.200.000, o que significa que a empresa tem uma receita estável e previsível, essencial para planejar o crescimento.

Como Monitorar Essas Métricas

  1. Automatize os Relatórios: Utilize ferramentas como Excel, Google Sheets ou softwares específicos como HubSpot, QuickBooks ou Stripe para organizar seus dados.
  2. Revise Periodicamente: Monitore as métricas mensal ou trimestralmente para ajustes rápidos.
  3. Garanta Dados Precisos: Invista em sistemas contábeis e financeiros confiáveis para evitar erros.

Conclusão

Estar preparado para um processo de M&A exige mais do que apenas um bom produto ou serviço – é necessário mostrar ao comprador que sua startup tem um desempenho sustentável e previsível. 

Mas lembre-se: as métricas apresentadas aqui são uma base sólida para começar, porém, cada setor pode ter indicadores específicos. 

Dedique tempo para entender profundamente os números do seu negócio.

A ACE Advisors está à disposição para realizar esse estudo e preparar cada detalhe para tornar sua startup ainda mais atraente para possíveis compradores.

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